Noite de chuva fina em Macapá. Em vista das altas temperaturas dos últimos meses, os 26° de temperatura já fizeram com que alguns macapaenses tirassem seus casacos do guarda-roupas para irem até o Sesc Centro participar do lançamento da 2ª edição revisada do livro de contos O Benzedor de Espingarda, do escritor maranhense radicado no Amapá, Paulo Tarso Barros. O livro foi lançado originalmente em 1998.
Nos últimos 25 anos, muita coisa mudou: A internet se tornou uma parte essencial da vida, com sua infinita quantidade de informação, entretenimento, comunicação e serviços online. A ciência e a medicina avançaram muito, com novas vacinas, tratamentos, diagnósticos e terapias para muitas doenças. A globalização e a migração também aumentaram muito, de modo que, agora, temos mais contato e interação com pessoas de diferentes países, culturas, línguas e religiões. E até a literatura tem passado por significativos processos de mudança. Surgiram e se consolidaram novas vozes e temas. A literatura brasileira se abriu para a pluralidade de experiências, perspectivas e expressões de diferentes grupos sociais, étnicos, regionais, de gênero e de sexualidade. A linguagem e a forma também sofreram mudanças. A literatura brasileira se renovou na maneira de contar histórias, de construir personagens, de dialogar com o leitor, de experimentar com a linguagem e de explorar novos gêneros e formatos. A ampliação do público e do mercado também são uma realidade. Surgiram novos leitores, novos espaços de divulgação, novos selos editoriais, novos prêmios literários, novos eventos e festivais, novos meios e plataformas de publicação e de consumo. E aquela literatura que ficava muitas vezes segregada em regionalismos passou a ganhar, cada vez mais, visibilidade, reconhecimento, prestígio e circulação dentro e fora do país. Vinte e cinco anos depois de seu primeiro lançamento, O Benzedor de Espingarda, no entanto, prova que é um livro que não envelheceu. "A obra veio com uma nova diagramação; novas fotos; um prefácio e muito amor. Esse livro abriu os caminhos literários pra mim aqui no Amapá, quando ele passou a ser usado nas faculdades e, até hoje, isso me surpreende, porque é um texto muito simples e continua sendo usado em muitos trabalhos das turmas das faculdades de Letras. Então é um prazer retornar com O Benzedor repaginado. É o momento de apresentá-lo novamente a toda a comunidade leitora do Amapá. Mas a essência do livro permanece a mesma. Eu fiz pequenas alterações no texto, mantendo, no entanto, a oralidade dos personagens, que são pessoas simples, do povo, com suas crendices e superstições", enfatiza Paulo.
Estiveram presentes familiares, amigos e admiradores da obra de Paulo Tarso. No brevíssimo cerimonial, confrades da Academia Amapaense de Letras, bem como colegas da Associação de Escritores e da vida acadêmica teceram suas impressões sobre o livro e sobre o autor. A área de lazer da Biblioteca do Sesc ficou pequena para todos que queriam abraçar o escritor e registrar em fotos a lembrança de mais uma noite de festa para a literatura produzida no Amapá.
Abaixo, você confere alguns momentos da festa.
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