No vasto território do Amapá, entre suas densas florestas e as águas serenas do rio Amazonas, reside um tesouro inestimável: a literatura infantil. Mais do que meras narrativas, essas obras carregam um legado cultural, educacional e imaginativo, influenciando o futuro das crianças com lições sobre valores, diversidade e criatividade.
À medida que celebramos o Mês da Literatura Infantil em homenagem ao aniversário de Monteiro Lobato (18 de abril), destacamos a importância desta forma de expressão no contexto amapaense. As histórias que emanam do Amapá não são apenas contos fantasiosos, mas testemunhos da riqueza cultural que floresce em suas terras.
Nesta matéria, exploramos os encantos e peculiaridades da literatura infantil produzida no Amapá. Entrevistamos autores talentosos, navegamos pelas ilustrações vívidas e acompanhamos de perto as iniciativas que promovem o acesso a essas obras inspiradoras. Prepare-se para embarcar em uma jornada emocionante pelos tesouros literários do Amapá, onde cada página é um convite para sonhar, aprender e se encantar.
Na cena literária do Amapá, encontramos uma pequena, porém significativa constelação de talentos dedicados a enriquecer o universo da literatura infantil. Entre eles, destacam-se escritores como Negra Áurea, Esmeraldina dos Santos, Rute Xavier, Cláudia A. Flor d'Maria e Marven Junius Franklin, só para citar alguns poucos nomes. Coletivamente, esses escritores não apenas narram histórias encantadoras, mas também desempenham um papel crucial na formação cultural e educacional das crianças amapaenses.
Negra Áurea: Junto com os escritores Alex Odonno e Cecília Lobo, Áurea é coordenadora do Coletivo de Literatura Infantil do Amapá (CLIAP), um grupo comprometido em fomentar a produção e o acesso à literatura infantil. Suas ações refletem não apenas a diversidade cultural da região, mas também abordam questões relevantes para o desenvolvimento das crianças, como inclusão, respeito e preservação ambiental. O grupo foi responsável pela realização da 1ª FLIT – Feira Literária Infantil Tucuju, realizada em novembro de 2023.
Esmeraldina dos Santos: Escritora quilombola, Esmeraldina é uma guardiã das tradições ancestrais, cujas histórias permeiam suas narrativas dirigidas às crianças. Seus contos transportam os pequenos leitores para um universo de sabedoria e magia, preservando a rica herança cultural dos quilombos do Amapá para as gerações futuras.
O Zezeu: Dona Esmeraldina, suas histórias têm um forte vínculo com as tradições quilombolas do Amapá. Como a senhora vê o papel da literatura infantil na preservação dessas histórias ancestrais?
Esmeraldina: O que eu vejo é que temos uma cultura linda e rica, com o marabaixo e o batuque. Os mais velhos, que eram os guardiões dessas histórias, estão partindo, e somos nós que ficamos. Precisamos continuar essas narrativas, ensinar às nossas crianças sobre o marabaixo e o batuque, como dançar e como contar as histórias. Estou percebendo que meu trabalho está sendo bem-sucedido, com uma demanda crescente pelos nossos livros fora do estado. Para mim, a literatura, especialmente aquela que trata do marabaixo e do batuque, tem sido uma benção, e estou cada vez mais empenhada em compartilhar essa história com nossas crianças, professores e adultos.
OZ: Quais são seus métodos de trabalho ao criar suas histórias para crianças? A senhora cria as suas histórias ou também resgata as histórias antigas?
Esmeraldina: Não acho justo criar uma história, por exemplo, sobre [o marabaixo] “Aonde tu vai, rapaz”. Não é justo criar uma história sobre a [música] “Rosa branca, Assucena, lerê”. Então, tenho que criar a história e a letra do ladrão de marabaixo, uma música para incentivar outras crianças a fazerem o mesmo. O ladrão de marabaixo é uma história que ocorre dentro da comunidade, na sociedade. Estou compartilhando isso com todos nós.
Rute Xavier: Criadora do adorável personagem "O Saci Que Não Tinha Uma Perna Só", Rute conquistou o coração das crianças do Amapá com suas histórias repletas de aventura e imaginação. Sua escrita envolvente e sua habilidade em transmitir valores universais através de personagens folclóricos tornam suas obras indispensáveis na formação das crianças amapaenses.
O Zezeu: Rute, suas histórias encantam crianças de todas as idades. Quais são suas principais inspirações ao criar personagens como "O Saci Que Não Tinha Uma Perna Só"?
Rute Xavier: Olha, sobre inspiração, não me aprofundo muito. O Saci, por exemplo, foi uma solicitação. Foi assim que ele surgiu, sabia? Não o personagem em si, mas a escola pediu uma história que envolvesse folclore e inclusão. Então, o personagem veio, um Saci diferente para abordar isso. O texto nasceu como peça de teatro dois anos antes do lançamento do livro. Depois percorremos escolas com a história e discussões sobre respeito. Isso gerou a ideia do livro. Desde o lançamento em 2015, a recepção tem sido incrível. Temos apresentado a peça por dez anos sem nunca sair de cartaz, fazendo mais de dez apresentações por ano. O livro está saindo em segunda edição pela Editora Nacional em maio. A partir disso, mergulhei em outros projetos, especialmente na linha infantil, de forma quase automática. A inspiração, se é que existe, vem da necessidade de estimular o imaginário das crianças, fazê-las gostar de ler, usando a imaginação e a fantasia.
OZ: Qual você considera o papel da literatura infantil na formação das crianças do Amapá?
RX: Sou professora de séries iniciais e alfabetizadora, além de atriz. Quando comecei a me envolver com o mundo literário, não pude separar minhas duas paixões. Acredito firmemente no poder da literatura infantil em promover a leitura desde muito cedo. Muitas mães já começam a ler para seus filhos ainda durante a gravidez, e isso é fundamental. Quanto mais cedo a criança é incentivada a gostar de ler, mais cedo desenvolve sua mente, imaginação e maturidade. Isso faz toda a diferença quando ela entra na escola. A disparidade entre uma criança que ama ler e outra que não tem esse hábito ou incentivo é notável na sala de aula. Acesso aos livros e à leitura é essencial para o desenvolvimento infantil.
Cláudia A. Flor d'Maria: Bisneta, neta e filha de indígenas Takueras, do interior da Amazônia brasileira, nascida em território Tucuju, Cláudia escreve em prosa e em versos. Sempre atuante em movimentos culturais, faz parte do “Boca da Noite”, um grupo de poetas que leva arte poética para praças, ruas e escolas (espaços formais e não formais de ensino) da cidade de Macapá. Também atua no “Ceno e Poesia”, grupo/coletivo de poesia, música e performance teatral, que apresenta a arte em espaços diversos de ensino formal e não formal, como escolas, associações comunitárias, shoppings, praças, praias, entre outros espaços onde a arte pode desabrochar. Integra o Coletivo Mulherio das Letras Indígenas e, ainda esse ano, lançará dois livros infantis.
O Zezeu: Como você percebe o impacto do atual movimento em torno da literatura indígena, especialmente para as novas gerações, no resgate da identidade e na conexão das crianças indígenas com suas próprias histórias, considerando sua tradição oral e a recente adoção do registro escrito?
Cláudia A. Flor d’Maria: A literatura indígena é o fluir das narrativas orais, um manifesto de resistência e autoafirmação, resgatando e lutando contra o apagamento de nossa cultura e cosmovisão nos livros didáticos. É crucial para mostrar à sociedade brasileira nossa presença pulsante. A narrativa indígena, contada por nós mesmos, desafia o processo de apagamento e silenciamento. É uma fonte de orgulho e consciência do papel que desempenhamos na promoção da cultura indígena, especialmente no Amapá. A escrita nos permite compartilhar nossa potência cultural e narrativas, facilitando sua entrada nas escolas conforme previsto na Lei 11.645.
Nas páginas dos livros infantis do Amapá, desdobra-se um universo rico e multifacetado, onde a diversidade é celebrada em todas as suas formas. Estas histórias encantadoras não apenas entretêm, mas também promovem a valorização da identidade local e da pluralidade étnica, cultural e socioeconômica que caracteriza esta região do Brasil.
As temáticas abordadas na literatura infantil do Amapá são um reflexo fiel da rica tapeçaria cultural que compõe esta terra. Desde histórias que ecoam lendas amazônicas até contos que exploram a vida nas comunidades ribeirinhas e quilombolas, cada narrativa é uma oportunidade para as crianças se reconhecerem e se orgulharem de suas origens.
Nas obras dos escritores amapaenses, as crianças encontram personagens e cenários que refletem a diversidade étnica e cultural da região. Das lendas indígenas aos costumes afro-brasileiros, passando pelas tradições dos povos ribeirinhos, cada história é um convite para uma viagem fascinante pelos diferentes aspectos da identidade amapaense.
Além de celebrar as diferenças, a literatura infantil produzida no Amapá também aborda questões de inclusão e igualdade. Personagens com deficiências físicas ou mesmo de gêneros diversos são retratados de maneira positiva e inspiradora, transmitindo mensagens poderosas de respeito, solidariedade e empatia, como é o caso do Saci Que Não Tinha Uma Perna Só, criado por Rute
Xavier e de Tada, a Onça Rosada, criada por Sereia Caranguejo, multiartista transgênero. "Muitas vezes, os livros e histórias infantis reafirmam os padrões sociais, estéticos, comportamentais. E aí quando a gente fala de uma diferença dentro desses padrões, a gente fala também de uma diferença no olhar, a gente fala de uma exclusão. Então, são necessários esses discursos outros, para que as pessoas que não estão dentro desses padrões se sintam à vontade, fortes, encontrem uma força dentro de si para lutar contra esse sistema, mas também para existir minimamente", reflete. "Antes, eram as princesas, os guerreiros... Nem toda mulher nasceu pra ser princesa e nem todo homem nasceu pra ser guerreiro. Existem possibilidades de existência de uma outra forma", conclui.
Ao explorar as paisagens exuberantes, as tradições ancestrais e os desafios cotidianos das comunidades locais, as histórias infantis do Amapá contribuem para fortalecer o sentimento de pertencimento e a valorização da identidade regional. As crianças são convidadas a se conectar com suas raízes, a compreender a importância da preservação ambiental e a celebrar a diversidade que torna o Amapá tão único.
Por trás das páginas coloridas dos livros infantis, encontramos artistas talentosos cujas ilustrações dão vida às histórias e cativam a imaginação das crianças. Esses artistas desempenham um papel fundamental na produção de obras encantadoras que estimulam a criatividade e o amor pela leitura desde a mais tenra idade.
Cada traço, cada cor e cada detalhe nas ilustrações dos livros infantis refletem o talento e a dedicação destes artistas. Seja retratando as paisagens da região, os personagens folclóricos ou as aventuras emocionantes, esses ilustradores capturam a essência das histórias e a transmitem de forma cativante aos pequenos leitores.
O cartunista e ilustrador Ronaldo Rony, nos conta um pouco do seu trabalho e de sua visão sobre a importância do ilustrador na literatura infantil:
O Zezeu: Ronaldo, como ilustrador e criador do Capitão Açaí, um super-herói muito querido pelas pessoas de todas as idades, poderia nos falar um pouco sobre as técnicas e estilos que você utiliza em suas ilustrações?
Ronaldo Rony: A vontade de ilustrar textos veio mesmo com a vontade de desenhar, rabiscar, manuscrever. A ilustração é uma arte muito legal porque permite que a arte de desenhar dialogue com outra arte, a
literatura. E aí surge uma terceira arte, a ilustração. Daí pra voltar minhas baterias para a ilustração de livros infantis (mas não só infantis) foi um pulo. Sou adepto da ideia de que um livro (ou uma outra obra) é destinado a todas as pessoas, crianças ou não, adultos ou não. Ou pra criança que eu cultivo dentro de mim, a criança que fui um dia e da qual não posso me afastar, nem tento. Sou coautor de um livro muito legal chamado A Chave da Porta da Poesia, com a poeta paraense Roseli Sousa, ela com o texto, a história, e eu desenhando essa história e acrescentado uma coisinha aqui e ali. Considero um resultado bacana. Esse livro foi lançado em Belém e aqui em Macapá, 2005 creio. Tenho uma história em quadrinhos chamada Ícaro, Liberdade Ainda que Nunca!, lançada em Belém, quando eu ainda morava lá, em 1991, com roteiro, texto e desenhos de minha autoria. Como ilustrador e criador do Capitão Açaí, o meu desenho e o enredo se destinam a pessoas de todas as idades. Minhas técnicas são poucas, ainda de forma analógica, lápis no papel e um estilo de traço econômico, mínimo, somente o necessário, pouco cenário, muita ação e texto forte. Isso é o que procuro.
OZ: Como você vê a importância da ilustração na experiência de leitura das crianças?
RR: A ilustração não só complementa o texto, como acrescenta, dá margem maior para a compreensão, para a fabulação. A ilustração precisa fluir entre as palavras, ainda que, em alguns momentos, haja uma revolta e o desenho se guie sozinho e, ainda assim, compondo uma paisagem que une texto e desenho.
Do ano passado para cá, os eventos literários no Amapá tiveram um sensível aumento na quantidade e na qualidade. Eventos como a 52ª Expofeira, que teve um palco especialmente preparado para apresentações literárias e 1ª Folia Literária Internacional do Amapá, promovidas pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura e o 2° Flimac – Festival Literário de Macapá, tornaram-se verdadeiros momentos de celebração da magia dos livros e da
imaginação. E, neste cenário, a literatura infantil não poderia ficar de fora. Ao longo do ano, diversas iniciativas promovem encontros entre escritores, ilustradores, educadores e, é claro, as crianças e suas famílias, fortalecendo os laços com a leitura e incentivando o hábito de explorar o mundo das letras desde cedo.
Este é o caso da 1ª FLIT – Feira Literária Infantil Tucuju, realizada no ano passado, entre nos dias 03 e 04 de novembro. Conversamos com a escritora Negra Áurea, uma das coordenadoras do Coletivo de Literatura Infantil do Amapá – CLIAP e uma das idealizadoras da FLIT:
O Zezeu: Como foi sua participação na organização da 1ª FLIT como coordenadora do CLIAP e qual foi o impacto da feira na comunidade amapaense?
Negra Áurea: Foi um sonho realizado. Percebemos que a literatura infantil estava meio apagada, sem o brilho e encanto que ela traz. Decidimos criar o CLIAP para mudar isso, pensando em uma política pública para o mês das crianças. Com muito esforço, conseguimos trazer a FLIT, reunindo mais de 40 escritores. O impacto foi significativo, especialmente na universidade, cursos de pedagogia e educação infantil. As pessoas começaram a procurar mais por literatura infantil e querem saber quando a FLIT vai acontecer novamente. Estamos realizando outras ações, como piqueniques literários e participando de eventos em praças, mesmo com dificuldades financeiras.
OZ: Era isso que eu ia perguntar! Então, além da FLIT, o CLIAP organiza encontros ao longo do ano. Como esses eventos contribuem para promover a literatura, especialmente considerando a integração das famílias das crianças?
NA: Sim, nós buscamos envolver as famílias, pois elas também são importantes. Quando as famílias participam, elas disseminam o interesse pela leitura, compram livros para parentes e contribuem para formar novos leitores. Este ano, estamos buscando apoio para nossas ações, visando valorizar os escritores e promover a leitura, algo que nossa comunidade tem dificuldade em cultivar. A FLIT traz também escritores mirins, inspirando as crianças a se tornarem escritoras. O evento envolve palhaçaria, shows, contação de histórias e mobilização com musicalidade, atraindo diversos públicos. Estamos planejando realizar a próxima edição em outubro, priorizando alunos da rede pública, possivelmente na Praça do Barão, durante o dia.
Apesar do saldo positivo - levando em consideração que, há bem pouco tempo, não se viam tantas ações acontecendo na área da literatura no Estado - sabe-se que ainda há muito a ser feito. Com uma larga experiência e atuação na cena literária do Amapá, uma das participantes da 1ª FLIT foi a escritora e contadora de histórias, Angela de Carvalho, também conhecida como Angelita. Ela reconhece a importância do evento, mas apresenta uma visão realista do cenário dos eventos como um todo: "Antes de mais nada, gostaria de expressar meu reconhecimento pelo empenho dos organizadores da FLIT, que se dedicaram desde a concepção da proposta até a articulação com escritores, mediadores de leitura e Contadores de Histórias. Minha participação
ocorreu por meio do Projeto Regador de Histórias, que consistiu na venda de livros e numa apresentação como Contadora de Histórias. No entanto, ao considerar o alcance das vendas, que ficou muito aquém do esperado, e o perfil do público presente, principalmente famílias em passeios de fim de tarde, sinto que a feira deixou a desejar. Tendo em vista que se trata de uma Feira de Livros Infantis, onde a presença de escolas e o incentivo à leitura através do vale-livros são fundamentais para que as crianças possam levar um exemplar para casa após a visita, a experiência ficou aquém das expectativas", afirma a escritora.
Sobre a programação como um todo, Angelita ainda diz que "considerando ainda a necessidade de uma programação cultural abrangente, envolvendo artistas e oferecendo oficinas para mediadores, contações de histórias, mostras de cinema, teatro, música e circo, percebemos a importância de uma Feira que possa causar um impacto mais significativo no cenário dos livros infantis e nos diversos setores da cadeia criativa e produtiva. Temos muito a percorrer nesse caminho. Reitero meu apoio à iniciativa, que deve servir como um exemplo ou laboratório para o planejamento de futuras Feiras de Livros para a Infância, atendendo às necessidades de nossa população e envolvendo também outros municípios", reflete a artista.
A literatura infantil produzida no Amapá não é apenas uma coleção de histórias encantadoras, mas sim um tesouro cultural que reflete a essência e a diversidade da região.
Fica evidente que a literatura infantil do Amapá vai além do entretenimento; ela é uma ferramenta poderosa de identidade e inclusão. Nas narrativas desses escritores locais, as crianças encontram-se representadas, reconhecendo suas próprias vivências, tradições e paisagens. E é essa conexão com a realidade local que torna as histórias ainda mais envolventes e significativas para os pequenos leitores.
Além disso, as iniciativas de promoção da leitura e os eventos literários proporcionam espaços de encontro e aprendizado, onde crianças, famílias, escritores e educadores se unem em torno do amor pelos livros. Esses momentos não apenas estimulam o hábito da leitura, mas também fortalecem os laços comunitários e cultivam o orgulho pela riqueza cultural do Amapá.
Ao destacar e valorizar a literatura infantil do Amapá, estamos não apenas enriquecendo o repertório literário das crianças locais, mas também preservando e promovendo a identidade cultural desta região tão singular. Que este tesouro literário continue a ser explorado e apreciado por gerações, inspirando sonhos, promovendo a diversidade e alimentando a imaginação das crianças do Amapá e além.