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Henrique Schneider:
Quem é o autor gaúcho que já foi duas vezes finalista do Prêmio Jabuti?

Neutralidade nunca foi uma prerrogativa de Henrique. Filho de professora, advogado por formação e escritor, posicionar-se perante contextos históricos e sociais sempre foi algo natural para ele.

Henrique Schneider nasceu em 1963, em Novo Hamburgo/RS, e desde criança já demonstrava paixão pela literatura. Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), hoje exerce a advocacia como profissão e é sócio da Fagundes, Schneider e Advogados Associados. Aos 21 anos, em 1984, publicou seu primeiro livro: Pedro Bruxo (Caeté; 1984). Em 1989, com O Grito dos Mudos (Bertrand Brasil; 1989-2006), venceu o Prêmio Maurício Rosemblatt de Romance. Ainda na sua vida de escritor, Henrique, em certo período, passou a escrever para o Jornal ABC Domingo, de sua região, onde publicou mais de 600 contos seus. Com o reconhecimento pelo seu trabalho, Schneider se tornou patrono de dezenas de feiras do livro, de diferentes cidades no Rio Grande do Sul. Em 2022, participou da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro.

Neutralidade nunca foi uma prerrogativa de Henrique. Filho de professora, advogado por formação e escritor, posicionar-se perante contextos históricos e sociais sempre foi algo natural para ele. Sendo assim, Schneider deixa claro sua opinião, seus ideais e a defesa de seus valores de forma pública, mas, também, em suas narrativas literárias. Com a ascensão do debate político no Brasil, Henrique reviveu as amargas memórias geradas pela Ditadura Militar nas décadas de 1960 1970 e parte da de 1980. A partir disto, surgiu o Setenta (Não Editora; 2019), cuja narrativa fictícia se passa nesta época que foi real. Setenta venceu na categoria Romance do Prêmio Paraná de Literatura de 2017. A Biblioteca Pública do Paraná (BPP) é a responsável pela publicação da primeira tiragem, em março de 2018. Logo após, em 2019, a edição comercial foi lançada pelo selo Não Editora (Dublinense). Em 2022, a obra alcançou outros países, sendo lançada também na Itália e na Indonésia. O sucesso de Setenta fez com que Henrique desse segmento a uma trilogia e, em 2023, lançou o segundo livro, com uma história diferente mas que prossegue Setenta: A Solidão do Amanhã (Dublinense; 2023). Lançada pela Ed. Dublinense, a obra está à venda nos principais sites de vendas e livrarias de todo o Brasil. O terceiro e último livro, que encerrará a trilogia sobre os anos de chumbo, está sendo escrito pelo autor, mas ainda sem data prevista de término ou lançamento.

A trajetória de escritor rendeu frutos a Schneider. Reconhecido pelo maior prêmio literário do Brasil, o Jabuti, Henrique concorreu com duas de suas obras: Contramão (Bertrand; 2007) foi finalista do prêmio em 2008 e, 15 anos depois, em 2023, o autor voltou a ser finalista na categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior, desta vez com o Setenta.

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Raul é um bancário dedicado, um cidadão de bem levando uma vida tranquila em junho de 1970: destina todas as suas energias ao trabalho e a política não lhe interessa. Até que um dia, em meio ao clima de euforia patriótica às vésperas da final da Copa do Mundo, ele é confundido com um militante, preso e atirado em uma cela para confessar algo que não sabe. A partir daí, o jogo vira, e ele passa a viver o que de mais terrível aconteceu no Brasil nos anos de chumbo. Livro vencedor do Prêmio Paraná de Literatura 2017, já foi lançado na Itália, Indonésia e aguarda seu lançamento próximo no Egito e Colômbia.

Fernando é um jovem membro do movimento estudantil que, após uma passagem repentina pela prisão, precisa deixar o Brasil imediatamente. A escolha é o Uruguai, e o plano é cruzar a fronteira em Aceguá, no Rio Grande do Sul, até Melo ― de onde, sob nova identidade, seguirá para Montevidéu. Porém, é preciso chegar até lá, e a tarefa de conduzi-lo por uma estrada repleta de incertezas cabe ao cauteloso Jorge Augusto, pai do seu melhor amigo de infância. Através dos silêncios e contrastes entre esses dois protagonistas, embarcamos em uma jornada sobre os medos e as expectativas de quem deixa a própria vida para trás na tentativa de não abandonar tudo aquilo que acredita.

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Pedro Bruxo (Caeté; 1984)

O coronel Fagundes manda em Santa Helena. Seu poder e dinheiro elegem o prefeito e os vereadores, determinam o que pode e o que não pode ser feito na cidade. Todos o respeitam – alguns com medo. Mas há alguém que, sem saber, foge às regras determinadas pelo coronel. É Pedro, curandeiro que vive afastado da cidade, e a quem as pessoas recorrem em buscas de chás e infusões que lhe curem os males de saúde. O Pedro curandeiro, o Pedro bruxo. E quando alguém afronta as regras estabelecidas pelo poder, paga o preço de sua rebeldia

O Grito Dos Mudos (Bertrand; 2006)

Nicolau, 47 anos, trabalha – de forma exemplar, diga-se de passagem – como lavador de pratos num restaurante. Mas essa aparente estabilidade de sua vidinha simples começa a desmoronar na manhã em que surpreende o dono do estabelecimento negociando com um vendedor de máquinas de lavar louça. O Grito dos Mudos, premiado romance de Henrique Schneider, narra essas 24 horas na vida de Nicolau. Desesperado com a perspectiva de desemprego, ele não tem coragem de voltar para casa, passa a noite entre prostitutas e mesas de bar, planeja dizer umas verdade a seus superiores e, literalmente, pôr fogo no restaurante. No dia seguinte, no entanto, uma surpresa o aguarda.

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O Tempo Quase (Editora Lê; 2014)

O texto conta a história de Martina, uma garota de quinze anos, considerada feliz por seus pais, e o que a teria motivado a tentar o suicídio. Durante o relato, o leitor pode perceber as angústias comuns à adolescência, o medo do futuro e a insegurança para dizer o que se quer e o que não se quer. Os pais deparam o conflitante episódio, são ajudados pela médica e pelo psicólogo do hospital, e entendem que se veem diante de um delicado problema que só o diálogo e o tempo poderão esclarecer.

Respeitável Público (Dublinense;2005)

Teodoro Alegria governa a cidade de Galateia a fogo e favores. Entre os ofícios pouco urgentes e a fome intratável, com a esposa e a filha tranquilas e um tanto tristes, ele vive como acha que deve ser. Eis que chega o Holywood, pobre na estrutura, rico na extravagância. O trapezista com olhos cor de púrpura, a cigana com aroma de sândalo, o dono do circo com dentes de ouro — todos dispostos a oferecer ao respeitável público um espetáculo com tradição e grandeza. No dia da estreia, uma força inexplicável surge como ameaça ao poder do prefeito. Destino? Sorte? Do picadeiro ao gabinete, nas ruas malcuidadas e nos cafés sonolentos, agora só se fala nisso.

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A Vida É Breve E Passa Ao Lado (Dublinense; 2011)

A vida é breve e passa ao lado reúne contos publicados por Henrique Schneider em sua coluna dominical. Ficcionista com agilidade de cronista, o autor trata de temas como relacionamentos, pequenos crimes e a solidão. Com um texto leve, que tanto pode fazer rir como provocar tristeza, Henrique cria personagens que você encontra todos dos dias – e algum deles pode estar, neste momento, bem do seu lado.

Contramão (Bertrand; 2007)

Porto Alegre, às seis e meia da manhã. Otávio Augusto desperta para mais um dia de trabalho. Após tomar banho, o que sempre lhe traz de volta à vida, separa suas roupas meticulosamente, combinando cada peça com cada acessório. A preparação para o trabalho mais parece um ritual, seguido de um café forte e fatias de pão quente. Contramão, de Henrique Schneider, introduz o romance por meio da descrição de uma personagem extremamente zelosa com a imagem, dotada de fortes ambições profissionais e de uma agenda impecavelmente organizada.

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